Experiências da Separação
- camilavitule1
- 3 de mai. de 2021
- 2 min de leitura
Atualizado: 11 de jun. de 2021
O tema da separação permeia a nossa existência desde os tempos mais remotos e remonta a experiências precoces da infância, as quais deixam marcas importantes em nosso mundo interior. O próprio nascimento em si já é uma separação. Ainda a separação entre criança e mãe na primeira infância é algo importante no desenvolvimento do ser humano e não é algo tranquilo de ser feito.
Mãe e criança vivem nos primeiros tempos da criança uma relação de simbiose, onde ela e a mãe formam uma unidade sem separação, situação que é como paraíso para a criança. Ela tem suas necessidades atendidas ao mínimo sinal de desconforto, que é sinalizado através do choro, isso em uma situação ideal de cuidado. Há ainda para a criança, nesta fase inicial da vida, ausência de conflito, pois não há ainda uma consciência sobre si mesma e como alguém separada da mãe. Contudo, dentro do desenrolar do desenvolvimento, esta criança tem que sair do paraíso e ir se diferenciando dessa mãe. Ou seja, para o ser humano continuar a desenvolver-se ele tem que “perder” esta situação inicial, em prol de sua autonomia.
Assim, temos já no início da vida duas experiências importantes de separação da mãe: a do parto e a da mãe-cuidadora, que vai se dando de forma gradual, dentro desse contexto de deixar de ter uma relação onde não há separação eu-outro em direção à criação de consciência e autonomia.
Ao longo da vida, continuamos a experenciar diversas situações de separação. Umas menos traumáticas, outras mais traumáticas, mas é como se guardássemos essas experiências em uma caixinha e todas elas fossem ativadas quando uma nova experiência de separação acontece. A qualidade das experiências de separação e a forma como lidamos com elas, darão o tom para as novas experiências. Isso acontece de forma inconsciente. Mas, com o processo psicoterápico, jogamos luz à essas experiências, tornando-nos mais conscientes delas. A partir do trabalho psicoterapêutico, percebe-se os padrões criados e que são ativados por uma nova separação e, desta maneira, são desenvolvidas ferramentas para lidar com eles de uma outra forma, uma vez que se pode vê-los mais claramente, ou seja, eles passam a ser conscientes.

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